Tem músicas que encaixam perfeitamente com os sentimentos que nos acometem. Não precisa ser a musica inteira, mas trechos que a gente ouve e se sente descrito. Uma dessas músicas seria Ideologia, de autoria de Cazuza:
Meu partido, É um coração partido
E as ilusões, Estão todas perdidas
Os meus sonhos, Foram todos vendidos
Tão barato, Que eu nem acredito
Ah! eu nem acredito…
Como é triste ter um coração partido. Corações partidos não é um privilégio apenas do amor romântico, erótico. Amigos e pessoas que admiramos também podem, num momento ou outro, partir nossos corações.
E quando o coração racha as ilusões se perdem no meio do caminho. Sonhos são vendidos e aquilo que antes tinha tanto valor agora parece tão barato, tão insignificante, tão pequeno que não dá pra acreditar. Dá uma sensação de vazio!
Meus heróis morreram de overdose
Meus inimigos estão no poder
Ideologia!
Eu quero uma prá viver
Ideologia!
Prá viver…
Um herói só vive enquanto existe ilusão. Porque de fato não existem heróis, são construções nossas; apenas miragens no deserto... Na verdade quem um dia foi herói pode muito bem assumir o papel do inimigo quando assume o poder e os holofotes.
Só tem um problema. Diferente do poeta Cazuza, eu não quero mais uma ideologia, pois no pacote está incluso os heróis, as ilusões, os sonhos e o pior: um coração partido. E não suporto mais corações partidos!!! Não compro mais esse projeto, não tomo mais partido de nenhuma “visão”.
Sei que o que escrevo é um desbafo, e como todo desbafo, carregado de arroubos emotivos. Mas sou lúcido o bastante para questionar se eu conseguirei de fato viver sem ideologias. Sinceramente não sei, pois como escrevi antes, é impossível “pensar fora da caixa”, e muitas caixas semelhantes e agrupadas formam uma ideologia. Mas uma coisa eu quero: Blindar meu coração para que Jesus seja de fato (e não apenas de discurso) o único referencial. Não desejo mais caminhar seguindo o rastro de ninguém, sem construir heróis e vilões. Não quero mais ser representado e nem mesmo sofrer pela fala ou pelos atos de quem não se importa. Quero caminhar com pessoas que, antes de qualquer coisa, sejam responsáveis uns pelos outros, pois como está escrito no livro O Pequeno Príncipe:
Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas!
Sendo assim, eu refaço um pedaço da música e canto: Ideologia... Não quero uma prá viver!!!
E vão me desculpando qualquer coisa, principalmente o título extremamente clichê...
Abraço a todos
Amigo, Jorge
ResponderExcluirTuas palavras poderiam muito bem ser escritas com tintas que avermelhadas que jorram das feridas abertas, ocasionadas por desilusões e inquietações. Me sinto plenamente parecido com você!
Estamos vivendo em situações que o norte certo ou errado está cada vez mais nublado e quase um título de um livro, vivemos em um mundo tenebroso. Mas creio que um dia a luz divina irá elucidar todas estas questões, minha oração é que não estejamos tão mergulhados na escuridão de nossas cavernas a ponto de não percebermos essa iluminação!
Fé em Deus, Fé na vida!
Saudades e abraços!