Não sei se existe tal definição, mas sinto-me “estafado” espiritualmente. Isso mesmo! Assim como quem é acometido de estafa física, encontro-me esgotado. Li em um site que a estafa acarreta certos males:
“A maioria das pessoas com fadiga, exaustão, estafa e esgotamento tem seus níveis de atividade geral bastante prejudicado, apresentam depressão mesmo que em níveis discretos, tem o sono insatisfatório e, devido ao seu estado geral, maior dificuldade em lidar com situações estressantes da vida” (fonte: http://www.vitalidadeintegral.com.br/si/site/0301/p/estafa).
Estou extremamente esgotado de tudo que está acontecendo em minha vida e ao meu redor. Mas por irônia do destino é justamente agora que eu me encontro em um momento “divisor de águas”, decisivo. Por conta dessa fadiga, não tenho a menor condição de resolver nada com urgência, pois preciso antes estar debaixo de muita oração e leitura bíblica.
É deprimente fazer parte de uma estrutura de poder que difama e maltrata que pensa diferente. Me causa asco aqueles que confundem ataques pessoais com oposição de idéias. Estou cansado dos que não sabem ouvir críticas, assim como dos que não sabem criticar.
Sei que vai soar piegas, mas a decepção com a instituição “igreja” alcançou em mim níveis estratosféricos. Não acredito mais nesse modelo de comunidade da qual nos tornarmos, e não acho que seja saudável gastar tempo e energia tentando manter o insustentável. Nossas liturgias não contribuem para transformar nosso caráter segundo o de Cristo. A desilusão apoderou-se de mim e não me envergonho de assumir, principalmente para os que me conhecem, que me dediquei piamente a um projeto que hoje perdeu o sentido.
Me deprime ver tanta filosofia travestida de evangelho, e isso vale para os liberais, fundamentalista e os que permanecem no meio. Aprendi que quem relativiza pode ser tão absolutista quanto seu opositor. Portanto, “doutores da lei” e “livre pensadores” estão expostos ao mesmo mal: criar uma imagem superestimada de si mesmos, para não chamar de arrogantes. Sinto-me xingado de burro quando alguém diz que eu não entendi certas colocações. Já estou cheio dos discursos de quem acredita ter “reinventado a roda”, assim como daqueles que acreditam deter a receita correta para tudo. Já não suporto as teorias malucas de quem não respeita a história cristã, assim como a idolatria de quem diviniza o passado e as tradições.
Me faz mal ler alguns blogs e assistir alguns vídeos (vazados ou não). Fica patente que no meio de tanta guerra “santa” e intolerância Jesus está bem distante de ser glorificado. Na verdade, a simplicidade do amado galileu está para nós como o tesouro perdido da parábola que precisa ser reencontrado.
Ah Jesus, salva-nos de queimar no meio dessa fogueira de vaidades que se instalou entre nós. Precisamos conhecer ao Senhor abrindo mão de criar heróis e vilões, hereges e paladinos da doutrina santa, entendendo que somente Ele é o único mediador para com Deus. Enquanto ficamos nessa "brincadeira" de "mocinho e bandido", muitos perecem por falta de verdadeiro cuidado e verdadeiro alimento para o espírito.
Minha alma necessita ser desintoxicada de tanto ódio, ressentimento e intolerância. E o remédio é simples, como simples é a palavra de Deus. Sendo assim, se quiserem me ajudar compartilhem comigo algo que Deus falou pela sua palavra, e não me venha com compêndios teológicos ou declarações de fé sem sentido. Tenho certeza que não há nada melhor que o refrigério do Espírito Santo para curar o esgotamento espiritual.
Aos que leem e gostam de mim peço sua oração e seu amor. Aos que não gostam de mim e das minhas opiniões, peço ao menos seu respeito para com minha dor. Dispenso falsa piedade.
Escrevo esse desabafo em meio a uma forte dor de cabeça e depois uma noite mal dormida.
Jorge
Nenhum comentário:
Postar um comentário