quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Pastores ateus continuam liderando suas igrejas

Dan Harris e Wonbo Woo
Dois ministros ativos em suas igrejas perderam a fé, mas dizem que ninguém sabe disso.
 Pastores ateus continuam liderando suas igrejas“Eu sou ateu”, diz  ’Jack’, um pastor afiliado à Convenção Batista do Sul, com mais de 20 anos de  ministério. ”Vivo minha vida como se Deus não existe”, diz ‘Adam’, que faz parte da equipe pastoral de uma pequena igreja em um dos estados mais religiosos dos EUA. Os dois, que pediram para terem suas identidades protegidas, são pastores que perderam a fé. Ambos construíram suas vidas e carreiras ao redor da fé, mas agora dizem sentir-se encurralados, vivendo uma mentira.
“Passei a maior parte da minha vida acreditando e buscando essa fé religiosa chamada cristianismo. Ao chegar a este ponto de minha vida, simplesmente não sinto mais que posso crer nele. Quanto mais eu lia a Bíblia, mais perguntas eu tinha. Quanto mais as coisas que ela afirma não faziam sentido para mim, mais dificuldade eu tinha.”, afirma Jack.
O pastor Jack disse que há dez anos começou a sentir sua fé se esvair. Ficou incomodado com as inconsistências no relato dos últimos dias da vida de Jesus, a improbabilidade de histórias como a “Arca de Noé” e as ideias expressas na Bíblia sobre as mulheres e seu lugar no mundo.
“Ler a Bíblia foi o que me levou a não crer mais em Deus”, conclui. Ele diz ainda que era difícil continuar trabalhando no ministério. “Comecei a olhar para isso como apenas uma atividade profissional e faço o que tem de ser feito”, disse. “Venho fazendo  isso há anos.”
Adam disse que suas dúvidas iniciais sobre Deus vieram ao ler o trabalho dos chamados neoateístas – autores populares como o cientista Richard Dawkins. Ele disse que seu objetivo era fazer uma pesquisa para ajudá-lo a defender sua fé.
Pensava que Deus fosse grande o suficiente para lidar com todas as perguntas que eu pudesse ter”, afirma. Mas não foi isso que aconteceu.  ”Percebi que tudo que me ensinaram a acreditar era uma espécie de abrigo seguro. Eu nunca realmente me interessei pelo ensino secular ou por outras filosofias… Eu pensava, ‘Ó, meu Deus. Estou crendo nas coisas erradas? Será que passei toda minha vida e ministério pregando algo que não é verdade?’”, relata Adam.
Ele disse que temia pela salvação de sua alma. “No momento que sentia estar perdendo a fé, mas ainda temia por minha salvação, pedi a Deus que tirasse minha vida antes que eu perdesse totalmente a fé”, lembra Adam. O pastor agora se considera um ‘agnóstico ateísta’. “Não acho que podemos provar que Deus existe nem que ele não existe”, disse. “Vivo a minha vida como se Deus não existisse.”
Ele e Jack dizem que quando pregam aos fiéis, tentam ater-se às porções da Bíblia que ainda acreditam – as que ensinam como ser uma pessoa boa. Ambos disseram que gostariam de abandonar seu ministério, mas não têm condições.
Quero sair da situação que estou o mais rápido possível, porque tento ser uma pessoa de integridade e caráter”, disse Adam. “Com a economia do jeito que está, minha falta de capacitação para o mercado e apenas com o diploma do seminário, fico em uma posição difícil.”
Revelar o ateísmo secreto ‘será devastador’
Jack disse que seu segredo o faz sentir isolado e que certamente perderia um monte de amigos se admitisse que deixou de ser cristão. Sua esposa não sabe e ele acredita que possivelmente iria perdê-la também. ”Será algo muito confuso para ela”, disse Jack. “Será muito devastador e vai levar algum tempo para trabalharmos essa questão.”
Adam disse que sua esposa sabia de sua crise de fé, mas não que ele a perdera completamente. “É uma situação muito difícil. Não consigo pensar em outra carreira que seja tão drasticamente afetada por uma mudança de opiniões ou ideias”, disse ele.
No começo, tive medo que, se perdesse minha fé, me tornaria uma pessoa horrível“, disse Adam. “Desde que perdi a fé percebi que ela realmente não tinha influência sobre quem eu sou, meu caráter e minhas ações. Não vivo de maneira diferente do que vivia quando era um crente fervoroso.”
 Pastores ateus continuam liderando suas igrejasAdam e Jack foram incluídos em um relatório do filósofo Daniel Dennett (foto)-professor da Universidade Tufts e um ateu conhecido – e de sua co-pesquisadora, Linda Lascola. Eles continuam com sua investigação sobre o clero descrente. É possível ler o material produzido por eles  AQUI (em inglês)
A rede ABC News contatou os dois pastores através de Dennett e de LaScola. Verificamos suas identidades e os cargos que ocupam e conduzimos as entrevistas separadamente.
Fonte: ABC News


Texto retirado do maravilhoso PavaBlog: http://www.pavablog.com/2010/11/12/pastores-ateus-continuam-liderando-igrejas-nos-eua/ 

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

MILAGRES ACONTECEM...

Britânica ficou curada de câncer depois que fetos deslocaram tumor com chutes


Michelle Stepney e suas filhas Alice e Harriet (Foto: Cancer Research UK/Divulgação)


Uma britânica que descobriu um câncer durante a gravidez foi salva pelos chutes dos fetos, que expulsaram parte do tumor.

Michelle Stepney, de 35 anos, estava grávida de gêmeas quando foi levada para o hospital com um sangramento.

No início, os médicos suspeitaram de um aborto, mas logo descobriram que ela estava com câncer cervical e que acabara de expelir um pedaço do tumor do colo do útero.

"Eu não poderia imaginar que os chutes que eu sentia seriam tão importantes. Eu mal pude acreditar quando os médicos disseram que os movimentos tinham expulsado o tumor", diz Michelle.

Os oncologistas sugeriram que ela fizesse quimioterapia e retirasse o útero para remover o câncer por completo, o que significaria o fim da gravidez.

Michelle conta que, depois de muito refletir, decidiu seguir em frente com a gestação e foi submetida a doses limitadas de quimioterapia, aplicadas a cada 15 dias.

As gêmeas, Alice e Harriet, nasceram na 33ª semana de gravidez de cesariana. As meninas estavam em perfeito estado de saúde, mas nasceram sem cabelo por causa dos efeitos da quimioterapia.

Quatro semanas depois do parto, Michelle foi submetida a uma cirurgia para retirada do tumor e do útero. Os médicos acreditam que ela esteja curada.

A britânica disse que deve "a vida às filhas".

No dia 12 de fevereiro, Michelle receberá o prêmio "Mulher de Coragem" do Cancer Research UK, um centro na Grã-Bretanha dedicado a pesquisas sobre o câncer.

Fonte: BBC

 

A MONSTRUOSIDADE HUMANA E O EVANGELHO DA CURA

Nesses dias, estava lendo um reportagem policial que narrava o assassinato de uma pai de família na presença da esposa e dos filhos apenas porque bateu e quebrou o retrovisor do carro do assassino, essas noticias me causam um mal estar tremendo, e sinceramente, uma tremenda desilusão com o ser humano.


O delegado chamou o assassino de “animalesco”, porém, acredito que tal comparação é uma ofensa aos animais “irracionais”. Na fauna não é comum ver animais se matando por motivos tão banais, acho que o melhor adjetivo seria monstro¹, pois são os monstros que matam por prazer, desprovidos de humanidade, matam com requintes de crueldade e sem motivo “plausível” (se é que existe motivos plausíveis para matar).


Acredito que essa situação serve como um alerta para os verdadeiros cristãos, chegamos a um ponto crucial: Por muitos anos pregamos um evangelho que salva, mas que não cura ou mesmo transforma. Sendo assim, a mensagem de Cristo precisa ser terapêutica, e não salvadora.


O que eu entendo por salvadora: Quando afirmamos que a mensagem do evangelho é a mensagem de salvação, quase sempre estamos falando de um evento transcendente, futurista e que pouco têm implicações práticas no dia a dia do cristão. Sendo assim, tudo que fazemos como crentes salvos é apenas um reforço da nossa condição de salvos que só se concretizará no dia de nossa morte. “trocando em miúdos”, o evangelho da salvação é um evangelho que apenas fornece um passaporte para céu, para uma vida confortável no além, ou, somos salvos do inferno.


A história mostra que esse tipo de mensagem de fuga apenas reforçou em nós a condição de seres monstruosos. Pecamos e ficamos tristes, não pelo pecado, mas pela possível “perda da salvação”. Daí, surge a penitência, os castigos físicos e psicológicos e a futura reincidência no mal. Isso porque não fomos ensinados a entender que o pecado destrói nossa humanidade, e não a nossa relação com Deus. Demorei muito a entender (e de certa forma ainda não entendo plenamente, nem nunca entenderei) o amor incondicional de Deus, mas hoje sei que o pecado não interfere em nada no amor que Deus tem por mim. Contudo, Deus procura manter uma relação com o ser humano, e o pecado tira de nós essa condição de seres humanos, nos assemelhando cada vez mais a monstros.


Portanto, precisamos de um evangelho que priorize a ação terapêutica de Deus e isso implica dizer que o projeto de Deus é que sejamos novas criaturas hoje, agora, já nesse exato momento. Não precisamos ser salvos do inferno metafisico, mas sim, curados do inferno dos nossos desejos e instintos, pois este habita o coração e a mente das pessoas diariamente. Precisamos nos perguntar sobre como fazer do evangelho um remédio para curar os males de uma humanidade doente e deformada. A intenção da cura nunca deve ser com o objetivo de para ir para céu, mas com o objetivo de ser alguém melhor.


Jesus disse que aquele que tem o evangelho em si é como o sal da terra e a luz do mundo. Naquele tempo, esses eram os bens mais fundamentais para sobrevivência humana. Sem o sal, não era possível conservar alimentos, e sem alimento é impossível manter-se vivo. A luz, num mundo que não conhecia a energia elétrica, era essencial para que o homem pudesse ver e discernir o mundo no meio da escuridão total. Sendo assim, a deterioração da essência humana não significa que evangelho que vivemos já está insosso a muito tempo? O futuro sombrio que vislumbramos não seria consequência do evangelho sem luz que anunciamos?


Em meio a tanta monstruosidade, apenas reconheço que preciso todos os dias voltar para os ensinos de Jesus em busca de remédio para curar minhas doenças internas, abandonando as “tábuas da salvação” que me alimentam minha hipocrisia².


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1.Nas mitologias, os monstros são encarnações do mal, alguns agem de forma inconsciente, mas uma grande maioria entende que seus atos são contrários a todo principio ou revelação do que é bom e correto, e sua satisfação está justamente em destruir o que é valoroso. O egoísmo é uma das qualidades dos monstros mais exacerbadas, matar é uma questão de satisfação pessoal. Portanto, os crimes hediondos revelam a natureza monstruosa que cresce entre homens.

2. Sei que, nos evangelhos bíblicos, a mensagem da salvação não exclui o conceito de cura, de restauração da natureza humana. Apenas fiz essa diferenciação porque, com os anos, a religião cristã divorciou a salvação da cura, formando uma legião de “salvos doentes”.
 

terça-feira, 17 de agosto de 2010

NOVOS EVANGÉLICOS: É DISSO QUE PRECISAMOS?


A edição nº 638 da revista Época teve como capa uma reportagem muito interessante: “Os novos evangélicos – um movimento de fiéis critica o consumismo, a corrupção e os dogmas das igrejas, e propõe uma nova reforma protestante”. A reportagem revela algo importantíssimo para mudar o imaginário do povo brasileiro, que enxerga o evangélico geralmente como alguém que busca apenas a prosperidade; o dízimo e a negociata com Deus. Para muitos, crente é sinônimo de cliente da “teologia” de Edir Macedo e Cia.
A reportagem mostra também que qualquer um pode ser evangélico sem abrir mão da inteligência e do bom senso. Pode sim haver cristãos com verdadeira consciência ambiental e que não se cala diante das injustiças e corrupções.
Porém, tem algo que me inquieta diante dos novos evangélicos: Apesar de reconhecerem a necessidade que os cristãos têm de recuperar os valores éticos e humanos, me parece que a ênfase se concentra mais nas questões eclesiológicas. Perceba que o foco sempre recai para as diferenças entre a igreja tradicional e as igrejas “emergentes”.
São coisas do tipo:
- “Nossas reuniões são informais, leves e mais dinâmicas que os cultos tradicionais!”
- “Não temos templo, nos reunimos nos lares”;
- “Não usamos o nome Igreja, mas sim comunidade, para evitarmos a carga negativa que aquele termo traz”.
- “Não sou mais evangélico! Agora sou cristão!”
Não negamos o valor que tem essa reformulação. Realmente vivemos dentro de muitos conceitos desgastados, e renovar é bom para que possamos respirar novos ares e desfrutarmos de novas experiências. O problema é que infelizmente tudo isso ainda é muito pouco.
Concentrar-se apenas nessas mudanças “cosméticas” é deveras efêmero. Não trará resultados práticos em longo prazo. Tais mudanças, apesar da enorme boa vontade, não são suficientes para chegarmos ao cerne do problema.
E qual é o cerne do problema?
O cerne do problema é a necessidade de uma transformação intima e pessoal, um reencontro com Cristo.
Lembro-me da leitura que fiz sobre a reforma que o rei Josias realizou em Israel (629 a.C). O texto de 2Reis 22-23 mostra um homem que foi profundamente tocado pela mensagem do Pentateuco (os cinco primeiros livros da Bíblia Hebraica) e que motivado pela Palavra de Deus, iniciou uma mudança radical na religião de seu pais. Enquanto era vivo, o povo de Israel seguiu a “nova religião” que ele trouxe, mas logo após sua morte, o povo voltou à velha condição de idolatria vivida antes.
Penso que estamos caminhando pelo mesmo processo de Josias e outros reformadores que surgiram na história. São mudanças externas e cosméticas, que tratam apenas do novo tipo de culto que faremos; da “nova doutrina” que seguiremos; do novo modelo de “comunidade” que adotaremos.
Não basta mudar os nomes ou as fórmulas se as doenças que se instalaram na alma e no espírito dos cristãos continuarem as mesmas. Tanto faz eu ser “crente” ou ser “cristão” se no meu coração as palavras de Jesus não estiverem gravadas. Tanto faz se eu me reunir numa “Igreja” ou numa “comunidade”, ou mesmo num “pequeno grupo nos lares” se no meu coração não há o entendimento de que é bom conviver como irmãos. Relacionamentos doentes não é um privilégio apenas das Igrejas tradicionais, e de certa forma as Igreja Emergentes estão mais suscetíveis a relacionamentos doentios, já que atraí multidões de insatisfeitos e magoados com a velha fôrma e que não estão curados.
Dificilmente as mudanças externas chegam a transformar nosso intimo. De certa forma Jesus já nos ensinou isso quando disse que o problema não é limpar o exterior do copo, porque o que contamina o homem está do lado de dentro. Não se faz uma nova Igreja sem antes alcançarmos uma mudança pessoal. Uma nova religião acaba se tornando sempre um novo entretenimento, que logo ficará desgastado, dando lugar a infindáveis reformas.
Sendo assim; para criarmos um cristianismo novo, leve, sadio e simples, precisamos muito mais que novas estratégias, muito mais do que uma nova reforma protestante. Precisamos mesmo é de cura da alma, de uma relação pessoal com Deus restaurada e renovada, de uma mentalidade mais bíblica do que midiática (formada pela mídia e os veículos de comunicação) e de uma conversão profunda que nos leve a abandonar o espírito individualista que tem nos dominado.
Tenhamos cuidado para não confundir remendos com transformação. Como já nos mostrou o rei Josias*, mudanças estéticas não permanecem.


*Obs: o nome Josias significa curado por Deus (consolado, ou mesmo salvo). Sugestivo não?

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Crentes que duvidam (texto de Caio Fabio)

Fico vendo o comportamento dos cristãos considerados cult, psicologicamente sensíveis...

Quem e como são?...

São necessariamente conflitados, recomendavelmente duvidosos, crentes em estado de permanente descrença; sem discernimento, mas muito críticos; evasivos quanto à eficácia do testemunho da Palavra pura e simples, embora cheio de opiniões negativas em relação a quem pregue sem angustia, conflito ou crise de fé; conhecedores teóricos das discussões da fé e dos dilemas teológicos, ainda que vivendo sem nenhum interesse prático/real no Evangelho que seja para além da informação e da discussão viciada...

Em geral são sempre descrentes de milagres [até nos da Bíblia], embora muito capazes de usá-los como alegorias ou lindas metáforas da vida...

Ou seja: quase sempre existindo como aquele que nem trepa e nem sai de cima; que nem chove e nem molha; que não é, mas não deixa de ser...

Ora, o que vejo é que estes, diferentemente dos falsos profetas e dos lobos, fazem seu próprio mal; posto que sejam mornos, sem intrepidez, sem disposição para além do discurso...

Portanto, sendo educados, parecem ganhar pela polidez de suas dúvidas o direito de existir em crise; sendo cavalheiros e finos, parecem poder caminhar em descrença aceitável; estando sempre em dúvida acerca de algo [...] mesmo assim continuam a discutir sobre o “tema Jesus”...

E, com isso..., se fazem passar por gente que duvida em razão de serem íntegros em relação à própria fé... Posto que sendo articulados, tornam seus conflitos elogiáveis, pois são ditos com benditas palavras psicológicas e filosóficas; e, sendo humanos no expressar seu sentir, ganham o direito de existir em dor, pois, sem dor de crise parece não existir real humanidade; tendo cultura, aparentemente dão aos demais crentes, menos instruídos, a sensação de que eles, os cult, os cultos, os sensíveis, são assim em razão de seu saber, da profundidade do seu sentir, e das angustias decorrentes de sua humanidade superior a dos demais...

Assim, estão e nunca são; dizem, mas jamais provam; pregam, e nunca aproveitam; sabem e não experimentam; poetizam, mas não amam para além das belas palavras; discutem a fé, e nunca a abraçam; falam de Deus, embora sempre em estado de dúvida devota...

Quando pastoreiam é antes de tudo em razão de suas próprias angustias...

Sendo assim [...] desconfiam de quem sendo humano não vive em angustia; de quem sendo pensante [...] não exista em dúvida; de quem crendo [...] busque viver conforme a fé; de quem confessando [...] não tema as implicações; de quem conhecendo a Deus [...] não se iniba quanto a afirmar...

Fico imaginando o que aconteceria, se tais deles, vivendo como discípulos de Jesus nos evangelhos, trouxessem tais devoções eternamente duvidosas a Jesus...

O que Jesus diria?...

Sim, se Ele disse que aquele que põe a mão no arado e olha para trás não é digno do reino de Deus [...] o que Ele diria a esses discípulos da dúvida?...

Ora, Ele não teve pudores jamais... 

Aos Seus discípulos duvidosos Ele jamais disse que duvidar fosse parte de um processo normal de crenças [...], muito menos da fé...

Em Jesus não há elogios a duvida, mas tão somente à fé!

Não! Ele lhes pergunta: “Homens de pouca fé, por que duvidastes?”

Ante suas “impossibilidades” decorrentes da descrença..., Ele apenas disse: “Não pudestes expulsar o demônio por causa da pequenez da vossa fé!” E acrescentou: “Mas esta casta não sai senão por meio de jejum e oração”.

Sim, essa casta de crença sem fé, de fé que é apenas crença, e que se distrai discutindo a fé — de fato não sai senão mediante a sua quebra pela oração e pelo jejum.

Esta é a casta presente na maior parte dos pensadores da fé, mas que nunca se deixam pensar pela fé.

Sim, pois quem pensa a fé não é pensado pela fé...

Afinal, tal coisa somente acontece mediante a entrega em razão da confiança que faz a descrença morrer..., e que, ao mesmo tempo, introduz a pessoa no ambiente no qual “Deus não existe”, posto que em tal ambiente de fé não haja lugar para o Deus que existe, mas apenas para o Deus que É.

A descrença é relativa ao Deus que existe...

A fé decorre do Deus que É!

Portanto, brincar de crer sem crer é coisa de menino, e não de homem segundo o que Jesus considere um homem que anda mediante a fé, na alegria de não duvidar.

Leia os evangelhos e veja se Jesus acha legal viver sem as implicações de fazer da existência uma constante afirmação de fé...

Nos evangelhos você não encontrará este lugar..., embora encontre Jesus mostrando compaixão e amor também por esses, mas sem deixar de prosseguir em Seu caminho, vindo o candidato a discípulo após Ele ou não...


Nele, que não elogia a duvida como estado sadio de uma fé em crise permanente,


Caio

quarta-feira, 3 de março de 2010

VAIDADE MODERNA

Estava lendo essa reportagem no computador do meu trabalho e não resisti em publicá-la aqui no blog. para mim, o que li é um retrato vivo de uma sociedade humana vazia e presa ao valor da aparência.

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Mãe, apelidada de "Barbie Humana", injeta botox no rosto da filha de 16 anos

Uma adolescente de 16 anos acaba de fazer história no mundo obsessivo das intervenções estéticas. O jornal Daily Mail publicou hoje a história de Hannah : a menina inglesa que começou a se submeter no ano passado, quando tinha 15 anos, a injeções de Botox no rosto, aprovadas pela mãe, numa clínica na Espanha. Agora, a própria mãe aplicou uma nova leva de injeções nos músculos faciais da filha (foto acima).

A adolescente explicou candidamente à repórter: ”Eu queria colocar botox por duas razões : previne rugas e todo mundo na minha escola estava falando sobe B”.

Quem diria: botox passou a ser apelidado carinhosamente pelas adolescentes somente pela inicial…B.

Quem a levou a pensar em botox e, pior, quem aprovou, pagou e aplicou as injeções no rosto de Hannah foi a mãe, segundo o tabloide inglês.

Mães costumam ser modelos para as filhas. E esta certamente é : Sarah Burge já se sujeitou a mais de 100 procedimentos cosméticos dos mais variados níveis e profundidades, a um custo de meio milhão de libras (R$ 1 milhão 350 mil) . E por isso ficou conhecida como a Barbie Humana. Sarah trabalha com isso : é esteticista.

A filha recebeu metade da dosagem da substância normalmente administrada em adultos.

Objetivo? Prevenir rugas no futuro.

Hannah hoje tenta celebrar um título mundial : depois de pesquisar na internet, viu muitos exemplos de adolescentes colocando botox aos 16 anos, mas, aos 15, ela seria a mais jovem da história…As primeiras aplicações foram no ano passado, quando era apenas uma debutante na vida – e o espelho passou a ser seu inimigo.

Seu depoimento para o jornal provoca calafrios:

“Eu tinha umas duas rugas na testa e ao lado da boca, e não estava nada contente com isso. Aparência é importante para mim e não quero parecer horrorosa (ugly) quando eu tiver 25 anos. Algumas amigas me disseram que, quanto mais cedo a gente coloca botox, menos rugas a gente tem quando adulta”.

A mãe se considera especialista neste tipo de procedimento, ficou muito excitada, segundo o Mail, com a decisão da filha, e achou sensacional que Hannah tenha sido “franca e honesta” sobre seu desejo, em vez de fazer escondido.

A Barbie Humana, que tem três filhos, se orgulha muito de ter decidido aplicar, ela mesma, as injeções. “Eu seria hipócrita se dissesse não, depois de já ter feito tantas plásticas no corpo e no rosto. Sei que muitos pais e mães ficarão horrorizados com minha atitude “- disse ela ao Daily Mail – “mas meu envolvimento direto foi uma forma de proteger minha filha de esteticistas charlatães ou inexperientes”.

Sarah, que já fez implantes na bochecha, e vários lifts e lipoaspirações, além de três plásticas no rosto, considera ter tomado uma atitude muito responsável ao assumir pessoalmente a aplicação das injeções.

Mas cirurgiões entrevistados pelo tabloide ficaram chocados com a idade da menina. E alertaram para os perigos dos excessos de botox, que podem provocar paralisia nos músculos faciais.

Hannnah, porém, se considera imune a esses perigos. E acha que será jovem eternamente, sem rugas e com a ajuda da mãe, sua musa inspiradora.

O que você acha da história de Sarah e Hannah ? A filha é o retrato de uma geração obcecada com a “beleza” e a “juventude”? A mãe agiu certo ou deveria ter proibido a filha de colocar botox, pelo menos antes de ser maior de idade ? Ela pode estar usando a filha como cobaia e deveria ser punida?

Fonte: http://colunas.epoca.globo.com/mulher7por7/2010/03/03/mae-apelidada-de-barbie-humana-injeta-botox-no-rosto-da-filha-de-15-anos/

terça-feira, 2 de março de 2010

SEM INTERNET

Olá Pessoal!

Estou sem internet residencial e por isso ainda não pude atualizar o blog. Espero que esse problema se resolva até o final dessa semana.


Abraços a todos.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

ATÉ QUE PONTO DEVO LUTAR PELA VIDA?

Nesse dias de Carnaval aproveitei para descansar e assistir alguns filmes. Dentre eles destaco um ótimo filme chamado Uma Prova de Amor.

Estrelado por Cameron Diaz, o filme fala de uma família desestruturada pela Leucemia que acomete a filha mais velha. Desesperada em buscar uma cura para filha, Sara (Cameron Diaz) recebe um conselho nada ético de um médico que aconselha uma fertilização in vitro para que seja gerado uma criança com 100% de capacidade para tornar-se futura doadora para a irmã mais velha. Nasce então Anna (Abigail Breslin, Pequena Miss Sunshine).

Já no seu nascimento, Anna já torna-se doadora da irmã. Durante toda sua vida a criança é submetida a vários procedimentos, que inclui a doação de sangue, de medula óssea, a ingestão de hormônios do crescimento e drogas para estimular a produção de células tronco... Enfim, vários processos que maltratam a criança por anos.

Aos 11 anos, Anna decide processar seus pais para que eles não tenham mais o direito de forçá-la a ser doadora da irmã, já que o próximo passo da mãe seria a retirada de um rim para ajudar a filha mais velha, que estava com falência nesse órgão. Nesse empasse, o filme mostra o desespero de uma mãe em ajudar sua filha, chegando ao ponto de travar uma batalha judicial com a própria filha pelo direito de forçá-la a fazer o transplante.

Ao olhar apenas para filha doente, Sara deixou para trás o resto da sua família. Não cuidou bem do filho que possuía dislexia e se sentia abandonado. Também não cuidou bem do casamento, já que vivia em função da filha; abandonou emprego e passou a ter dedicação exclusiva a filha doente.

Podemos recriminar Sara, mas acredito que todos nós temos um pouco desta impetuosidade. Sara não conseguia aceitar o fato de perder sua filha, e ela estava disposta a tudo. Mesmo sabendo que talvez não conseguiria salvar a filha, ela queria viver com a certeza de ter feito o máximo para cuidar dela. Desistir e esperar a morte chegar era algo inadmissível para aquela mãe obstinada.

Até que ponto devo lutar pela vida? Essa é a grande pergunta do filme. Sara não percebia que havia ultrapassado vários limites. Abandonou a família e gerou uma filha para que servisse como peça de reposição. Nunca pensou em como poderia prejudicar a vida da mais nova retirando um rim. Quem já doou um rim sabe como a vida torna-se mais limitada, com dietas e regras que tolhem a liberdade. É justo exigir de uma criança de 11 anos que faça uma escolha que afetará a sua qualidade de vida? É justo não dedicar o cuidado necessário aos outros filhos para que cresçam com saúde física e psicológica?

Aceitar a morte significa uma derrota? A vida deve ser mantida a todo custo? O alvo da medicina deve ser sempre manter a vida, ou também seria auxiliar no doloroso processo da morte? Essas perguntas me levam a pensar sobre como lidar com a morte, algo muito necessário nos nossos dias. A realidade da morte esteve bem presente na minha vida e de meus familiares ultimamente, e nesse momento percebi o quão despreparados estamos para lidar com ela.

Diante de uma doença terminal, muitos decidem lutar a todo custo pela vida, mas outros também decidem aceitar a situação e viver a vida da melhor forma até que a morte anunciada chegue. Estes últimos, podemos chamar de derrotados, fracassados ou mesmo incrédulos porque aceitaram a morte como um destino inevitável? Qual a divisão entre prolongar a vida e prorrogar a morte? Viver de qualquer maneira é melhor do que receber a morte com serenidade?

Não sei como responder essas perguntas, e não sei também como agiria se estivesse no lugar da Sara. O que eu sei é que preciso lhe dar melhor com a morte. Apavoro-me com a idéia de perder alguém que amo, assim como não suporto o fato de que um dia morrerei. Portanto, considero um alvo de amadurecimento espiritual a capacidade de refletir para compreender melhor esse processo de findar a vida.

Na Espiritualidade Cristã a morte não é tratada como o fim da existência e dos relacionamentos. A própria morte não é o fim, já que a ressurreição é a superação dessa realidade tenebrosa e sem esperança. Suspeito que essa verdade não tem habitado os nossos corações. Sendo assim, preciso guardar em mim a compreensão de que a vida não se resume a essa existência terrena. Não vale a pena lutar pela vida relativizando a existência e a importância dos que me cercam.

Desconfio que quando Jesus nos falou sobre vida plena, ele não falava de uma vida de saúde e prosperidade, mas de uma vida capaz de se enxergar como eterna, vida que nem a morte lhe arranca a esperança.

Profetizando a Esperança (Amós 7:10)


Existem muitos conceitos distorcidos na mentalidade dos evangélicos. Quanto mais comparo a mensagem de Jesus nos evangelhos com os nossos conceitos, percebo que não sabemos o que é Verdade, o que é Discipulado, o que é Comunhão. 
 
Dentre esses conceitos, podemos destacar a profecia e a esperança. Quando falamos profecia, sempre pensamos em homens e mulheres que são dotados de um poder sobrenatural que os capacita a conhecer o futuro das pessoas antecipadamente. O profeta sempre é um vidente, um homem que vê o futuro e faz previsões não muito otimistas.

Esperança sempre tem haver com a morte e a vida eterna. A esperança cristã evangélica resume-se a viver com Deus na vida eterna do céu, ou mesmo ser arrebatado diante das tribulações. Ou seja, esperança sempre é um sentimento que leva para outro mundo, outra realidade, e não tem nada haver com esse mundo perdido e condenado que vivemos.

Mas se você ler o livro de Amós com atenção reconhecerá o quão enganado estamos em relação à profecia e a esperança. Nosso conceito é muito pobre, muito aquém da verdade bíblica. Nessa reflexão quero mostrar que Esperança e Profecia estão ligadas de tal maneira que um não faz sentido sem o outro. 
 
Vejamos um breve resumo do livro da história contida no livro de Amós:

Naquele tempo Israel vivia um período de riqueza e prosperidade. Acordos políticos e comerciais com os vizinhos traziam prosperidade para os donos de terra, fazendeiros e agricultores de grande porte. Para gerar riquezas, alguém precisa ser oprimido e explorado. Assim o pobre e o necessitado passaram a ser vitimas da violência, da desonestidade e da extorsão dos ricos. A religião tornou-se parceira dos ricos e poderosos e passou a legitimar a opressão, afirmando que toda essa estrutura era da vontade de Deus. Pobreza sempre estava ligada a pecado e maldição. Não havia saída, pois Deus estava do lado dos opressores, e não dos oprimidos.

Num cenário como esse Deus levanta a última pessoa do mundo para ser profeta. Um estrangeiro simples precisou vir anunciar ao Reino do Norte por quê?

  1. Pelo simples fato de que nunca haverá profetas e nunca haverá Esperança enquanto aceitarmos que o mundo em que vivemos está determinado por Deus. Para o verdadeiro profeta, o mundo não é produto da vontade de Deus, mas sim das escolhas do homem. A Profecia traz a Esperança porque ela revela novas oportunidades, revela que Deus tem outros caminhos que podem ser trilhados. A escritora Mia Couto define Esperança como aquele sonho que habita os homens em locais inacessíveis, onde a violência e a barbárie não podem golpear ou destruir. É a capacidade de renovar-se e lutar apesar de tudo que nos leva a pensar o contrário. Esperança não é um sentimento de passividade, mas uma força interior que gera atitude.


  2. A profecia lança esperança porque resgata os valores de Deus. O mundo de Amós era coberto pela ignorância e insensatez. O profeta denunciava que os dízimos eram frutos do roubo e da exploração. Os sacrifícios de animais representavam um ato de remorso, e não um ato de contrição e arrependimento real. O profeta é alguém que anuncia a vontade Deus, que prega os valores que constitui o caráter divino e que devem ser replicados no nosso caminhar diário. Não há esperança sem resgate de valores, e isso é papel da profecia. Existe uma frase que diz que “quando não sabemos aonde chegar, todos os caminhos são válidos”. Esse é o nosso mundo, onde tudo é valido porque caminhamos sem direção, sem esperança.


  3. A profecia gera esperança porque não se preocupa com interesses pessoais, mas com o grupo. O profeta não prega contra pessoas, não denuncia falhas pessoais, não aponta o dedo na cara de ninguém. O profeta sempre luta pelo bem comum. Sua mensagem não é para uma determinada classe, mas é universal. Fala a todos, fala ao oprimido para que não curve sua cabeça diante de tudo que lhe é imposto, e fala também ao opressor, para que reveja a maneira como trata o seu próximo. A mensagem cristã só será uma profecia de esperança quando realmente for universal, quando for compreensiva não somente a evangélicos, mas também aos que são diferentes e que não fazem parte do meu grupo. O profeta não entra em jogo de interesse, pois seu interesse é pelo bem de todos.

Profecia vive para esperança, e esperança é fruto da profecia bíblica. Um mundo sem esperança revela a falta de profetas. Testemunhamos a esperança se profetizarmos; e profecia é a capacidade de discernir a vontade de Deus em tempos confusos e sem esperança.

Por ultimo, profetizar não significa que a esperança tornar-se-á realidade. As nossas palavras podem ser insuportáveis para alguns e não gerar frutos que confirmem a esperança. Seremos expulsos como Amós também foi, e talvez não vejamos os resultados esperados, assim como Amós também não viu. Mas mesmo assim, só vale a pena profetizar se for através da Esperança. Só vale a pena ser profeta se você acreditar que existem outras possibilidades. Só vale a pena testemunha a esperança se você acredita em renovação. 


Jorge 

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Calou-se a voz da Igreja Betesda

Hoje, 09/02/2010, calou-se a voz da Igreja Betesda no Brasil. Pr. Allison Ambrósio se foi, e em nós habita o silêncio que só a tristeza sabe produzir.

Nunca me esquecerei das noites onde a dobradinha Allison e Ricardo Gondim nos levava a momentos de arrebatamento na presença de Deus, profundamente tocados pelo Espírito Santo que fluía através da musica, da voz e da adoração sincera. Um artista que não permitia que seu talento afogasse o espírito de adorador que lhe enchia o peito.

Homem de voz poderosa e olhar doce, sua arte era singular assim como o tamanho do seu coração. Se já não bastasse o talento dos anjos que louvam a Deus nos céus, agora o coral celestial contará com o reforço poderoso e a nós cabe apenas viver com esse enorme desfalque.

A nós hoje cabe apenas lamentar sua perda e orar por sua família, que mais do que nunca precisará de todo apoio e consolo.

Cante na eternidade Pr. Allison! Emocione o coração de Deus da mesma forma como nos tocou por todos esses anos.

Jorge

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Uma breve pausa

Olá Pessoal

Estou me dedicando a escrever para a mensagem que estarei levando para o retiro 2010. Assim que passar esse período eu voltarei a atualizar o blog.

Obrigado pela atenção.

Abraços

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Dê um UP na sua vida!


Sei que esse filme já não é tão novo no mercado, mas só consegui assisti-lo ontem. Isso mostra como sou um cara “antenado”; rsrs!
Quem ainda não assistiu ao filme e ainda pretende assisti-lo, aconselho que não leia o meu texto agora. O filme é maravilhoso. Pura diversão sem abrir mão do conteúdo. Não só nos faz rir, mas principalmente pensar.
Em breves palavras o filme mostra as aventuras de Carl Fredricksen passou a vida toda sonhando em explorar o planeta e em aproveitar a vida ao máximo. Mas aos 78 anos de idade, parece que a vida o ignorou, até que uma reviravolta do destino (e um persistente Explorador de Terras Selvagens de 8 anos, chamado Russell) dá um novo sentido para sua vida. Essa dupla improvável enfrenta uma região remota, vilões inesperados e animais selvagens.
Carl é aquele tipo de homem que sonha; mas não tem visão. Sua esposa Ellie era o contrário, não se limitava a sonhos pequenos. Ela criou um livro de aventuras e transformou seus sonhos em objetivos. Sua visão sempre esteve bem à frente do seu pacato esposo. O sonho deles era morar no pico de uma alta montanha na América do Sul. Havia sempre uma página escrita “coisas que vou fazer”.
Porém, o tempo é implacável, passa rápido demais e Ellie infelizmente faleceu. Problemas sempre atrapalharam a concretização dos nossos sonhos, e Carl; consumido pela tristeza das “coisas que não foram concretizadas”, decide loucamente fazer sua casa voar amarrada a milhares de pequenos balões de gás, numa tentativa ambiciosa de realizar o antigo desejo de sua falecida esposa.
A questão é que Carl não avançava nas páginas do livro de aventuras. Sempre parava nas páginas que falavam sobre as “coisas que ela desejava fazer”, como um CD arranhado que repete a mesma frase incessantemente. Mas um dia ele viu que ainda tinham páginas da vida que ele não tinha folheado, e nelas estava o dia-a-dia deles, os momentos felizes no casamento, aquilo que passou desapercebido.
Simplesmente cada dia da vida deles tinha sido a melhor aventura e Carl nunca percebeu isso. Ele precisou aprender a dar maior valor à história vivida do que aos sonhos que não foram alcançados. Quantos vivem lamentando os projetos fracassados, os planos não executados, os momentos que não foram aproveitados, as oportunidades perdidas. Quem se prende as suas frustrações não percebe que o cotidiano pode conter os melhores momentos.
Sendo assim, dê um UP (eleve) na sua vida hoje redescobrindo o potencial que o seu passado pode guardar. E o melhor, você pode fazer isso sem os balões do velho Carl, basta à simplicidade do destemido Russel.
Jorge   

sábado, 30 de janeiro de 2010

Tolerância

A lei de ouro do comportamento é a tolerância mútua, já que nunca pensaremos todos da mesma maneira, já que nunca veremos senão uma parte da verdade e sob ângulos diversos.
Gandhi

Tolerância hoje é um artigo de luxo em nossa sociedade “moderna”. No meu trabalho flagro diversos momentos de intolerância entre os alunos da escola, entre os gestores e coordenadores... Enfim, em todas as esferas há intolerância.

Antes de qualquer coisa, o que significa a palavra tolerância?

Proveniente do latim (tolerare), o termo significa suportar, sustentar. Em sentido amplo, a palavra denota o grau de aceitação de um elemento contrário a uma regra moral, cultural, civil ou física. Num contexto mais atual, diríamos que significa a capacidade de conviver com indivíduos ou grupos que possuem valores diferentes daquilo que é o consenso entre a maioria.

Dito assim é difícil entender por que, em um mudo tão diversificado quanto o nosso, a tolerância é uma característica rara no nosso caráter. A verdade é que, quanto mais diversos somos, menos tolerante nos tornamos.

Tolerância é uma das características do novo milênio que precisa ser cultivada em todos os nossos níveis de relações, e além de tudo é constituinte do caráter cristão. Jesus, apesar do quem pensam muitos “cristãos”, sempre demonstrou um espírito tolerante. Com os pecadores, aqueles “elementos contrários a regra moral do grupo”, ele foi além da tolerância, exercendo também uma atitude acolhedora, inclusiva.

Nem mesmo com os seus inimigos Jesus foi intolerante. Não se esquivava dos encontros calorosos, dos debates polêmicos. Sempre ouviu suas doutrinas, mesmo sem concordar com elas e levantou-se contra tudo que não gera vida. Sendo assim, ser tolerante não significa concordar com todas as opiniões, com todas as crenças, com todos os “caminhos”. O intolerante é aquele que confunde idéias com pessoas, e exclui o outro simplesmente por não ser ou pensar como você.

Precisamos reavaliar até que ponto somos realmente tolerantes. Sem essa qualidade, é insuportável conviver. Até que ponto “minha verdade” é tão fechada que exclui quem vive e pensa com outras “verdades”? Defender a “verdade” sempre será uma atitude intolerante? Gandhi, um indiano que rejeitava o cristianismo e tinha sérias críticas ao apóstolo Paulo, parece ter entendido uma verdade cristã essencial: nunca veremos além de uma parte da verdade, e como espelho, ela pode ser vista de diversos ângulos.

Jorge

sábado, 23 de janeiro de 2010

DEZ PRINCÍPIOS PARA SER BEM-SUCEDIDO

01 - Creia que sua vida cumpre um propósito divino na terra. Você é influenciado pelos genes que herdou de seus pais e é bastante "circunstancializado" pelo meio no qual vive. Entretanto, mais forte que as determinações genéticas e os condicionamentos do meio social, é o seu chamado para ser. Você foi criado como um sacerdote neste universo de Deus. Por isso, você existe e sabe que existe. Encha sua consciência com esse significado. Quando você assumir sua vocação para ser, as outras pessoas vão "encontrar" você.

02 - Creia que seu dia ganha força e energia espiritual quando você ora. Portanto, ore sempre. Mesmo nos seus afazeres. Sempre que uma notícia ou informação lhe chegar, entregue-a a Deus. Ofereça a Deus os potenciais e as possibilidades que cada fato, percepção ou impressão lhe trazem ao coração. Além disso, pare um pouco todos os dias, ainda que seja só um pouco, e ore. Dê graças por tudo e abrace o Senhor no seu coração. Quando orar, peça coisas específicas, mas não se esqueça de sempre terminar de modo submisso e geral, dizendo: "Seja feita a tua vontade, assim na Terra como nos céu". Afinal, você não sabe se o que quer é o melhor. Mas o Senhor sabe!

03 - Creia que a maior inteligência que Deus lhe deu não é a intelectual nem a emocional, mas sim a inteligência. "O coração tem razões que a própria razão desconhece". Usar a cabeça (inteligência intelectual) e saber se relacionar com o próximo e as circunstâncias (inteligência emocional) é fundamental. Mas não é essencial. O essencial habita os mistérios do espírito, no mundo do coração. Portanto, dê atenção aos seus sonhos noturnos e aos seus sentimentos perceptivos. Quando você tiver uma "impressão", não a despreze de cara. Medite. Ore. Discirna. A resposta pode estar no passado. Mas, às vezes, trata-se de uma intuição profética. Pode ser um alerta sobre o futuro. Nesse caso, ore, corrija a rota e prossiga.

04 - Creia que quando alguém ama a Deus e ao próximo e respeita a vida, então tudo ganha sincronicidade e conectividade. Isso é apenas um outra forma de dizer que "todas as coisas cooperam para o bem dos que amam a Deus". O amor a Deus traz sentido para a sua vida. O amor de Deus transforma o cenário mais absurdo numa conspiração do bem.

05 - Creia que a leitura bíblica feita com os olhos do coração ilumina a alma e os caminhos da Terra. Ler a Bíblia é importante. Mas lê-la com os olhos da alma é essencial. Quem lê com o intelecto enxerga textos e os compreende. Quem lê com o coração discerne "caminhos sobremodo excelentes". Faça da leitura bíblica não apenas um meio de fortalecimento espiritual. Leia-a como caminho de descoberta e de insights para a sua visão do mundo, de si mesmo e de Deus.

06 - Creia que uma atitude mental positiva tanto é resultado de uma espiritualidade sadia como também pavimenta o caminho de todo ser humano bem-sucedido. Eu costumo dizer que mesmo ateus-positivos se dão melhor na vida que ateus-negativos. O mesmo princípio se aplica a cristãos.

07 - Creia que generosidade e dadivosidade são forças espirituais poderosas que atraem para quem as pratica as melhores oportunidades e possibilidades da vida. Por isso é tão importante dar dízimos e ofertas. Escolha causas, projetos e pessoas nos quais você acredita e dê no mínimo dez por cento dos seus ganhos para essas iniciativas. De fato, fazendo assim, você está abrindo portas invisíveis para você mesmo. E lembre-se: faça isso com entusiasmo e alegria.

08 - Creia que o que diferencia o fazer do não-fazer é apenas uma decisão seguida de gesto simples. Assim sendo, nunca adie o início de qualquer coisa na qual você acredita se a oportunidade se apresentar e seu coração responder com paz e fé. O gesto necessário, tanto para se levantar de cama quanto para levantar a cama, é um só: colocar-se de pé. Daí Jesus ter dito: "Levanta-te, toma teu leito e anda".

09 - Creia que a melhor composição de imagem exterior e de virtude interior para um cristão é aquela que combina a "simplicidade dos pombos" (imagem exterior) com a "prudência das serpentes" (virtude interior). Sendo assim, seja astuto por dentro e simples por fora. Sempre dá certo e protege a vida.

10 - Creia que a maior bênção de possuir uma consciência é poder usá-la para auto-examinar-se todos os dias. Quem se auto-examina resiste melhor às criticas, pois se utiliza delas para diminuir seus próprios equívocos, e se mostra imune a eles quando a consciência o convence de estar fazendo aquilo que é certo. Auto-exame é o que faz a diferença entre aqueles que vivem para preservar sua imagem e a reputação daqueles que vivem para o que é verdadeiro e real.

Caio (www.caiofabio.com)

Escrito em 2003


Conselhos para termos um ótimo 2010.

Abraços