A reportagem de capa da revista ÉPOCA de 15/06/2009 trazia estampado na capa o titulo: DEUS É POP. Como todo tema relacionado à religião me chama a atenção, tratei logo de ler essa reportagem.
Segundo uma pesquisa publicada nessa reportagem, 95% dos jovens brasileiros entrevistados se dizem religiosos, e 65% afirmam ser profundamente religiosos. Tal “renascimento religiosos” entre os jovens também é verificado em outros países, mas não com as mesma proporções.
O que me chamou atenção não foi somente o alto percentual de jovens religiosos, mas a “incoerência” que a religiosidade brasileira ainda perpetua. Visualize esses dados:
• Destes 95%, apenas 35% seguem os preceitos de sua religião.
• Apenas 57% afirmam que as atividades religiosas são importantes.
• 26% dos jovens freqüentemente duvidam dos princípios de sua religião.
Ou seja, como é citado na reportagem, “A religião, para o jovem brasileiro, é mais declarada do que vivida”. Isso é de chamar nossa atenção. A religiosidade que não implica em compromisso foi constatada em números.
Ainda consta na reportagem que a Internet, e não as Igrejas; serve como instrumento para resolver seus problemas. Comunidades virtuais, cultos online e blogs com os mais variados e deturpados “estudos bíblicos” fazem a festa da juventude religiosa. Enfim, há uma infinidade de recursos tecnológicos que permitem os jovens viverem uma religiosidade desregulada e sem qualquer disciplina.
A espiritualidade rotativa torna-se também uma característica dessa juventude. Um jovem sente-se livre em experimentar as mais diversas expressões religiosas até encontrar aquela que “mais se adapte as suas necessidades imediatas”. Imediatismo, falta de compromisso, relativismo e a desvalorização da Igreja são as marcas que mais me chamam atenção quando pensamos em religiosidade na juventude brasileira.
Porém, cabe aqui a ressalva de que essa configuração não é exclusividade dos jovens brasileiros. Outras faixas etárias em nossa nação também demonstram as mesmas características. A frase de uma jovem católica faz eco a muitas outras vozes cada vez mais comuns: “A fé não depende da Igreja para existir”.
A história cristã, porém, mostra que só podemos falar de fé no contexto da Igreja. Ela se expressa em comunidade e se materializa no coletivo. Essa espiritualidade individualista, fenômeno marcante dos nossos tempos, onde princípios básicos são relativizados e convivência é substituída por devoção intima e pessoal, pode levar a uma completa descaracterização da fé cristã revelada pelo próprio Cristo.
Será que ainda podemos remar contra essa maré? Ficarei matutando em busca de respostas.
Jorge Luiz
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