sexta-feira, 8 de maio de 2009

CONTRA FRUTOS NÃO HÁ ARGUMENTOS!

No decorrer do Sermão da Montanha, podemos perceber claramente que Jesus ensina pelo menos três metáforas comparativas em seu discurso:

Primeiramente ele fala da porta estreita em oposição à porta larga, uma metáfora relacionada à forma como entramos na caminhada da vida cristã. Aqui é importante entender que Jesus está falando sobre tomar decisões que são geralmente impopulares, mas que são necessárias para que possamos seguir o caminho da verdadeira vida. Sendo assim, entramos na vida por nossas decisões, e elas abrem portas que nos conduzirão a caminhos diametralmente diferentes.

Se a metáfora da “porta larga e estreita” fala sobre o ínicio da caminhada, a metáfora seguinte, sobre a “árvore boa e os frutos bons” versus “árvore má e frutos maus”, fala sobre desenvolvimento posterior a nossas escolhas. Falar sobre árvores e frutos é falar sobre o nível de comprometimento com o ensino de Jesus e os resultados gerados em nós. Jesus está falando que, qualquer que seja a porta que entramos; durante o caminhar criaremos raízes que nos tornarão cada vez mais identificados com a escolha que fizemos. Sendo assim, o fruto que geramos é somente o reflexo da seiva que nossas raízes se nutrem. Recriando uma velha frase que gostamos dizer, Jesus afirmaria que “contra frutos não há argumentos!

Sendo assim, a metáfora do prudente e do insensato é a terceira devido à seqüência lógica do próprio texto. Se a primeira metáfora refere-se às origens de nossa vida, e a segunda refere-se ao desenrolar das conseqüências de nossas decisões; a terceira metáfora falará para nós sobre o estado final de nossa alma diante do desenrolar da vida que se impõe sobre nós.

Note que o verbo construir está no passado, ou seja; a casa, ou a vida, já está alicerçado e estabelecida de acordo com suas decisões e posturas. Nessa metáfora o ser humano já tem caminhado e também já tem frutificado de acordo com suas escolhas. Porém, diante das tragédias e calamidades que a vida impõe a todos, para uns será apenas mais um momento ruim a ser superado, mas para outros será o próprio apocalipse, o juízo final se abatendo sobre suas vidas.

Essa seqüência de parábolas tão ricas me ensina pelo menos duas coisas importantes sobre a vida cristã:

1. O verdadeiro cristão sempre irá se deparar com momentos de escolhas difíceis, e tais escolhas serão como fertilizantes que darão frutos ao seu tempo. Tenhamos discernimento em nossas escolhas e assim estaremos contribuindo para que nossos frutos sejam espelhos do caráter de Cristo em nós.

2. O verdadeiro cristão reconhecerá que sua vida não é privilegiada por Deus. Ele vive em mundo onde as tempestades não fazem distinção entre a casa do ímpio e do justo. O diferencial do servo de Deus não é sua capacidade de controlar a vida e suas intempéries através do sobrenatural, mas sua capacidade interior de se manter íntegro na presença de Deus seja qual for à situação. Ser integro aqui não significa fingir que a dor do dia mal não é sentida por nós, mas mesmo em toda dor existe um processo de renovação da esperança em nós que não permite que a dor mate nossa fé e destrua nossa relação com Deus forjada no caminho e nos seus frutos.

O cristão entra pela porta da vida (seja ela larga ou estreita) através de suas escolhas, seguindo o caminho (seja ele largo ou estreito) ele produz frutos de acordo com a qualidade da terra que pisa (seja ela boa ou ruim). Pela qualidade da terra e pelo nível de aprofundamento de suas raízes, ele já possuirá alicerce (seja ele rochoso ou arenoso) para se manter firme na tempestade ou desmoronar sem a mínima consistência, fruto de sua própria inconsistência na palavra e no agir segundo a vontade de Deus.

Como diria Jesus: “contra frutos não há argumentos!”.

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