Essa semana na revista Época (nº 746), a reportagem de capa falava sobre o filósofo suíço Alain de Botton e sua busca por escrever autoajuda com pitadas de filosofia.
O empreendimento, bem interessante por sinal, mostra que o ensino de filósofos das mais variadas épocas e contextos podem ser relevantes para ajudar a solucionar (ou talvez amenizar) os problemas da vida moderna. Temas como dinheiro, sexo, trabalho, era digital, mente sã, mudança do mundo, dentre outros, permeiam o trabalho de Alain, que objetiva trazer reflexões leves e pertinentes, contribuindo para mudanças significativas no dia a dia do homem contemporâneo.
A ideia é facilitar o acesso a sabedoria da filosofia e converte-la em dicas aplicáveis a vida prática das pessoas não "iniciadas" na erudição filosófica.
Ao ler a reportagem fiquei pensando em como seria bom que os pensadores e debatedores de "abobrinhas teológicas", ao invés de discutirem se Deus pode ou não pode alguma coisa, parassem de perder tempo e fizessem o mesmo que o filoósofo suíço, trazendo a "chama de Cristo" para o mundo dos meros mortais. Ou seja, que tal traduzir a teologia e a Bíblia para o contexto palpável do homem comum?
Porque não falar sobre a vida cristã e o dinheiro, o sexo, o trabalho e o descanso, além de outros temas, mas não de forma condenatória ou legalista; mas de uma maneira leve, com conselhos práticos e acima de tudo plausíveis?
Uma das maiores crises que temos hoje é a do púlpito, que está repleto de "falação" erudita, filosofia de "viajar na maionese" e divagações que não contribuem para vida prática de ninguém. Falta objetividade na pregação, o que reflete numa vida cristã vazia.
Outro problema é que muitos cristãos que ainda leem a Bíblia não estão conseguindo transpor a sabedoria ali inserida para a vida real. Isso é uma crise de ensino, mas não pela falta dele, e sim pela ausência de um ensino bíblico que seja vivencial. Ensinam-se muitos conceitos que estão desconectados de qualquer aplicabilidade real.
Alain de Botton, o filósofo pop e ateu, ensina a nós cristãos que o evangelho tem sido desconfigurado em nossos arraiais, pois não há maior fonte de sabedoria de vida do que a palavra de Deus, e se dela não conseguimos extrair o básico para termos uma vida mais leve e plena, é porque ainda não compreendemos o que é transformar a complexidade de um escrito milenar em verdades possíveis para o homem do século XXI.
Que Deus levante profetas que ensinem verdadeiramente o povo a ter vida em abundancia, e que este povo aprenda a encontrar na palavra de Deus fonte de orientação e satisfação para suas vidas.
Que tal propormos uma teologia acessivel? Porque não uma Teologia Pop?
Jorge Luiz.